Páginas

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Conexão Vix-RJ


A novidade é que estou morando no Rio de Janeiro. Um sonho realizado. Estou fazendo pós graduação de Jornalismo Cultural na UERJ. Há um mês minha vida deu uma guinada e mudanças são sempre difíceis de se acostumar, mas necessárias na vida de todos. Mudança de estado, conhecendo novas pessoas, estudando de novo, à procura de um novo emprego, controlando gastos, fazendo minha própria comida, arrumando casa, comprando tudo, andando de ônibus, aprendendo a dividir tarefas com os amigos que dividem o apê, ficar indo e vindo de avião, sozinha.
Aprender com os erros, ter menos medo, mais coragem, falar menos, agir mais. Lidar com a saudade, a falta de conforto, falta dos pais por perto, falta do cachorro, da empregada, dos amigos, do amor.
Toda vez que embarco já bate um pouco de medo, misturado com felicidade de estar realizando meu sonho, das pessoas que gostam de mim dando força, torcendo por mim.
Entre as nuvens, o avião balança e me dá um pouco mais de medo. Leio revista, como o lanche, bebo o suco, escrevo. Minhas mãos transpiram. Chega logo, eu penso. Ainda bem que o voo é rápido. Mas o tempo que perdemos antes e durante o embarque, lá se vão ao menos três horas. Espero que o tempo tenha melhorado. Tinham fechado o aeroporto de Santos Dumont por causa da chuva. Morro de medo! Muito mais na hora de pousar, do que quando decola. Parece que não vai dar tempo de frear [ou desacelerar].
Silêncio, uns lêem, outros dormem. Eu escrevo e penso. Ou vice-versa.
Nenhuma criança chorando, ainda bem, como teve da outra vez.
A cidade lá embaixo tão pequena, muitas nuvens.
"Pouso autorizado, mantenham o cinto de segurança afivelado, sua poltrona na vertical, sua mesa fechada". Já sei!
Minha mala de mão nem coube no bagageiro, de tão pequeno. [Imagina a que foi despachada]
Odeio quando passa entre as nuvens e não vejo nada.
Meus pais agora estão mais tranquilos, meu irmão que parece mais triste, sempre querendo brigar, mandar, dizer que não é assim e tal. Meu pai não deixou eu trazer o carro, mas entendi que ainda é cedo, melhor esperar um pouco até eu conhecer mais os lugares. Mas que é difícil ficar sem, quando se está acostumada a ir para tudo de carro, é. Andar de ônibus não é legal.
Agora tenho que pensar antes de falar algumas gírias capixabas como: massa, gastura, pocar, rock... porque no Rio ninguém entende e saca logo que eu sou de fora. Tem que ir pra night, porque é irado e sinixxxtro (puxando o S).
Está chovendo na cidade maravilhosa, estou sem guarda chuva, sem casaco.
Com o tempo vou me acostumando... afinal, agora tenho duas casas, dois lugares para morar [ou visitar], e a conexão Vix-RJ ou RJ-Vix vai estar sempre nos meus planos.